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REACT: The Witcher

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ATENÇÃO, ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS!

The Witcher é uma série da Netflix de 2019, baseada numa série de livros que também originaram uma série de jogos eletrônicos. 

A série é o clichê de todo bom filme de bruxos. Seres estranhos e mitológicos, ervas, rituais, enigmas e muito mistério. A série transita em três tempos mas de certa forma, um embasa, dá forma e sentido ao outro. 

Geralt de Rivia, o protagonista, é um bruxo com poderes especiais que viaja pelos reinos matando seres mitológicos em troca de dinheiro.

Ciri é a princesa de um dos reinos que são retratados na série, que nasceu com poderes sobrenaturais que durante a primeira temporada ainda nem sabe que os tem. 

E Yennifer, uma semi-elfa feiticeira que nos apresenta para o universo magístico abordado na trama. Durante suas aulas de magia, é trabalhada e explicada de uma forma muito sutil o que é a Magia do Caos. 

Magia do Caos

Magia do Caos é um tipo de magia muito poderosa que, na série The Witcher, teve seu uso proibido pelos grandes magos. A base dessa magia é que existe uma ordem universal e nada se pode criar ou crescer sem algo se destruir ou morrer. É uma forma de balancear os gastos energéticos durante a magia.

A proposta era desmistificar o “oculto” e deixá-lo acessível a todos, sem a necessidade de buscar conhecimento dentro de ordens mágicas fechadas. E também a ideia de que cada um pode criar seu próprio sistema mágico.

A magia sempre esteve presente na história da humanidade e é definida como a possibilidade de realizar algo, sem necessariamente agir fisicamente nessa realização. Vários tipos de magia são do conhecimento geral, as mais comuns são as simpatias e as orações. 

Pedimos algo a uma entidade, a natureza, ou ao universo em si, fazemos o ritual e então esperamos que nossa vontade seja magicamente satisfeita por forças desconhecidas. Mas a reflexão que ficamos é, quais são os limites dessas manipulações energéticas? O que de fato é ser um mago? Qual a diferença entre mago, bruxo e feiticeiro?

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REACT Cavaleiro de Copas

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Cavaleiro de Copas, do diretor Terrence Malick, tenta atribuir o caos na vida dos personagens ao caos nas imagens. A premissa faz sentido, mas se traduz em um grupo de discursos um tanto difíceis de assimilar.

Mas quem conhece e gosta de filmes sabe que se tem Christian Bale no elenco, o filme é denso e repleto de interpretações que te fazem assistir o filme diversas vezes.

A narrativa avança como um fluxo inconsciente, é mundano e contemporâneo.

O filme de 2016 retrata a história de um ator rico e famoso que leva uma vida de festas luxuosas do deslumbrante mundo de Hollywood, namoros curtos e relações pouco satisfatórias. 

As facilidades dessa vida há muito não o fascinam. Cansado deste ritmo, ele começa a reavaliar as suas escolhas e se questiona sobre o sentido da vida, relembrando as pessoas importantes em sua trajetória.

Cada uma dessas pessoas é um “ato” do filme, e são exemplificadas como a personificação dos Arcanos Maiores do tarot.

Por isso, para os amantes de tarot, o longa é extremamente interessante pois enriquece nossa percepção sobre os Arcanos. E até te faz entender qual o rumo da história antes mesmo de começar a ser contada.

Cartas do Tarot

O protagonista vai até uma loja consultar o oráculo e a primeira carta/pessoa que aparece é a Lua. Uma mulher mística, cheia de incógnitas e mistérios que questiona sobre o amor, suas reais vontades e desejos. Fala sobre a fluidez do amar.

O Enforcado é seu irmão, uma pessoa um pouco perdida e desnorteada, marcada pelos acontecimentos da vida. Com um toque malicioso e vicioso que precisa controlar seus impulsos.

O Julgamento é sua esposa, a mulher com quem casou e teve filhos. Que fez o protagonista ponderar sobre a vida e mudar o rumo de seus caminhos.

A Torre é seu pai que ao mesmo tempo que protegeu e deu estrutura, é também seu ponto fraco. Sua ruína emocional.

Aparecem mais algumas outras cartas no decorrer do filme Cavaleiro de Copas, mas a personificação dos arquétipos e de suas características principais tange como essa pessoa influencia e marca a vida do protagonista. E essa fluidez do filme (e da vida) é importante quando precisamos interpretar seus acontecimentos.

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REACT: The OA

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The OA é uma série bem misteriosa, com crimes e experiências de quase morte, dimensões paralelas e simbologias, lançada pela Netflix em 2016. 

Quando começamos a acompanhar a história de The OA, fomos conduzidos por uma narrativa que parecia ser essencialmente mística. A personagem principal, Prairie, conduz um grupo de desconhecidos até uma espécie de clímax sensorial ao compartilhar sua história e suas experiências de quase morte.

Quando a série estabeleceu que às vezes a noção de morte é apenas uma passagem para outra realidade, estava, na verdade, tomando um caminho muito interessante. Não estávamos diante apenas de planos místicos e sim de realidades múltiplas e dimensões paralelas.

Na primeira temporada, Prairie apresenta teorias sobre a vida e insinuava que com as experiências de quase morte, ela tinha acesso a movimentos que tinham poderes. Só com isso dá para sabermos que tem muita coisa para analisarmos nessa série, certo? 

Uma das teorias trabalhada é a ideia de que tudo o que precisamos saber já está dentro de nós. As experiências de quase morte mostram caminhos para que ela possa escapar da sua realidade e ser “livre”.

Com isso é inserido um conceito de “anjos originais”, em inglês “originals angels”, que é na verdade o nome da série. Como Anjos Originais, eles possuem um conhecimento avançado sobre a realidade e podem assim abrir portais para outras dimensões com movimentos numa espécie de coreografia.

Esses Anjos Originais possuem guardiões, no caso de Prairie trata-se da deusa Khatun da mitologia eslava. Nas viagens interdimensionais, são passados aos grupos esses tais movimentos. O grupo passa boa parte do tempo decorando a coreografia e tentando descobrir para que servem e o que significa.

Um exemplo muito claro disso é no quinto episódio quando estão ensaiando um dos movimentos e “magicamente” um dos personagens que estava morto com lacerações extremas, se cura e volta a vida. Ou seja, as informações que ela recebe como Anjo Original dá a ela (e a quem tiver esses conhecimentos) o poder de fazer coisas inexplicáveis como a cura plena.

A segunda temporada estabelece de modo claro a sua mitologia: as pessoas que quase morreram têm acesso a um campo de visão diferente e os movimentos feitos por elas que abrem uma espécie de portal desse multiverso possibilita que façam muitas viagens entre realidades.

A série foi cancelada e deixou muitas perguntas sem respostas para os telespectadores. E por isso queríamos te convidar a refletir sobre a capacidade do ser humano da autogestão energética, viagem entre dimensões e principalmente sobre esse despertar.

Aqui na Casa de Miguel, além de estudarmos sobre o poder dos Arcanjos, prezamos também pelo autoconhecimento e o desenvolvimento de cada um para cuidar de si e do próximo. Clique aqui e conheça nossos cursos.

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“Talvez o futuro seja só a escuridão mas não uma escuridão ruim… E viver é trazer luz a cada dia, a cada momento que vivemos.”

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REACT Midnight Gospel

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Midnight Gospel é uma série de animação de ficção científica lançada pela Netflix em 2020. A série é baseada em áudios de um podcast de entrevistas que aborda temas filosóficos reais, transformados numa animação psicodélica e caótica. Os debates e visões que são trazidos em cada episódio são super interessantes, dignos de reflexões profundas.

Sobre a série

Os diversos convidados compartilham suas visões de vida ambientado em aventuras fantásticas em diversos planetas à beira de seus apocalipses.

A série aborda assuntos como a relação deturpada entre os humanos e as substâncias, principalmente os remédios e as drogas. A morte e a importância de aprendermos a aceitá-la. Meditação, mindfulness e a nossa capacidade de movimentar energias, em outras palavras, nossa natureza magística. A natureza efêmera da nossa existência e como podemos experienciar da melhor forma nossa vida na Terra. A reencarnação e substâncias como o DMT. Nosso senso de percepção do presente e como lidar com nossas emoções. A máfia da industrialização da morte. A perda, sofrimento e a libertação de nossas dores.

Só com isso dá para perceber que a série é profunda e revira alguns de nossos sentimentos e pensamentos que evitamos olhar e trabalhar, não é mesmo?

Reflexões

A intenção aqui não é reduzir ou deduzir sua experiência ao assistir a série, mas sim despertar seu interesse em tocar nesses assuntos. Despertar em você a necessidade de olhar com atenção para esses aspectos da vida que precisam ser revisitados para sairmos da prostração perceptiva.

Assistir a essa série é exatamente o que ela propõe: um exercício de atenção plena no que está sendo falado e visto. O real motivo para tantos gurus, mestres e a sociedade de forma geral estar em busca de meditações é a necessidade da presença. Ao longo da evolução ocidental e avanço tecnológico,  fomos ensinados a realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Sem necessariamente prestarmos plena atenção no que estamos fazendo ou consumindo.

E existe uma relação extremamente proporcional, quanto mais estamos presentes, mais coisas somos capazes de perceber e absorver. Faz sentido, não? E quanto mais mergulhamos em nós, em nossos medos e nossas dores, mais descobrimos sobre o outro e sobre o mundo.

Sintetizando o que a série propõe, estar com atenção plena no presente e desbravar nossas emoções é a chave para evoluirmos espiritualmente e como seres humanos.

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REACT: Vida Após a Morte

Vida Após a Morte Netflix

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A série Vida Após a Morte (em inglês Surviving Death) está disponível na Netflix desde janeiro de 2021. É um documentário sobre experiências, crenças e experimentos tentando desvendar os mistérios do pós-morte e da mediunidade.

Um dos fatores que mais chama a atenção e ao mesmo tempo reconforta é que, em nenhum momento a produção é absurda, mórbida ou assustadora. A série realmente tenta responder a uma das dúvidas mais antigas da humanidade: o que acontece quando morremos.

A Vida Após a Morte baseia-se em um livro best seller assinado pela jornalista Leslie Kean. Conta com entrevistas com cientistas, médiuns e psiquiatras para investigar e tentar encontrar explicações e razões para as famosas experiências espirituais.

Além da própria jornalista, o documentário traz pesquisas inovadoras com relatos de médiuns, médicos, pesquisadores (científicos ou não) e pessoas reais que vivenciam essas experiências.

A produção conduz os espectadores em uma viagem extraordinária por um mundo além da existência humana que conhecemos, confrontando a mortalidade. O que nos leva a um caminho para explorar a possibilidade de que a consciência possa viver depois que o corpo morre. 

A História

No episódio inicial, o debate é sobre as experiências de quase morte e de pessoas, após uma intervenção médica, conseguiram voltar à vida. O estudo desse caso vem sendo o centro de pesquisas de médicos do mundo todo, que relatam as mesmas visões experienciadas por todos os pacientes.

A questão, portanto, é a dificuldade da continuidade de estudo, sendo que os pacientes presenciaram aconteceu após o cérebro já ter parado o seu funcionamento.

É interessante como alguns personagens, mesmo presenciando essas questões, seguem com a falta de crença, mostrando ser algo que está além do entendimento humano.

Em outros episódios, mais uma vez com o envolvimento de médicos, pesquisadores e da ciência, vemos também a morte sendo retratada com a existência de médiuns. E eles fazem a intermediação entre a pessoa falecida, os familiares e amigos.

E vemos também casos de crianças que, antes mesmo dos cinco anos de idade, começam a relatar quem eles eram nas outras vidas. Contando informações extremamente precisas e impossíveis de serem do conhecimento de uma criança. E que inclusive os pais e pesquisadores comprovam as informações trazidas por essas crianças através de pesquisas e contatos com a “antiga família”.

A produção não tenta forçar uma verdade absoluta, mas aborda dados que deixam a questão em aberto para que cada um tire as suas próprias conclusões.

Análise

Contudo, sabemos que a vida não acaba com a nossa morte carnal. A morte é apenas um fenômeno biológico, nosso espírito é imortal. Somos seres em constante evolução e nos encontramos nesse momento num ciclo encarnatório.

Os seres humanos estão no processo de reencarnação para acelerar o contato com todas as experiências que precisam ter para evoluírem. Já que o objetivo é elevarmos nossa consciência e nos juntarmos a Deus, é necessário sentirmos na pele todos os lados de todas as moedas.

Em outras palavras, é vivenciarmos de fato todos os problemas, realidades, dores e prazeres que um ser humano pode ter. E assim termos empatia e conhecimento para ajudar o próximo.

Para finalizarmos, o mais gratificante de tudo é a forma da qual esses assuntos são retratados na série, pois não passam medo, pânico ou terror. Tratando a morte como algo que não deve ser temido e traz esperanças de que a vida não acaba a partir do momento em que o corpo para de funcionar.

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REACT Cidade Invisível

ATENÇÃO, ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS!

Sucesso da Netflix, a série brasileira foi lançada no início de fevereiro na plataforma de stream e já está conquistando corações mundo afora. 

Cidade Invisível conta a história de um detetive, atormentado pelas investigações de um assassinato, que se envolve em uma batalha entre o mundo visível e um “universo paralelo” de criaturas folclóricas.

Antes de falarmos sobre a série e os seres retratados nela, precisamos falar da importância de globalizar a cultura brasileira. Os contos do folclore brasileiro vem se perdendo entre nós anos após ano. Reavivar essa cultura trazendo os contos para os tempos modernos, foi uma jogada fantástica dos escritores Raphael Draccon e Carolina Munhoz.

A quantidade e qualidade de efeitos especiais trabalhados na série é fantástica! E a parte principal, os personagens folclóricos, Cuca, Iara, Boto Cor-de-Rosa, Saci Pererê, Tutu Marambá e Curupira.

Além de contar suas histórias, a série utiliza essa mistura entre modernidade e folclore para retratar e levantar o debate sobre a necessidade de cuidarmos de nossa fauna e flora e preservar nossa ancestralidade. Esse cuidado e carinho da natureza que foi perdido, é firmemente exigido e protegido por esses seres mitológicos.

Análise

Mas vamos aos fatos. Esses seres, tratados como fantasias, são na verdade os seres místicos e sagrados do planeta que têm por sua essência proteger a mãe natureza.

Os seres folclóricos se assemelham muito com os Seres Encantados, a diferença é que eles então no nosso plano/dimensão mas ficam em outra frequência energética. Eles possuem uma relação de cuidado e proteção especial com a natureza. Guardiões especializados em cada parte do planeta.

Saci, Curupira, Iara, Boitatá, Caipora e outros são seres guardiões especializados nas pessoas, fauna, flora e realidade brasileira. Assim como Leprechaun, Pé Grande, fadas, dragões chineses, Bicho Papão e outros são especializados nas pessoas, fauna, flora e realidade de suas regiões.

Aqui na Casa de Miguel temos cursos que nos permitem aumentar nossa conexão sutil para entrarmos em contato com esses seres. Aprendendo suas forças, suas características, seus mistérios, suas magias e como podemos auxiliá-los nessa função como guardiões da natureza.

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React Soul

ATENÇÃO, ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS DE SOUL!

A Pixar já tratava de assuntos para adultos desde o início de suas produções. Mas de modo tímido, inseridos em situações cotidianas e por isso, exploram emoções universais como anseios, amor, saudades e raiva.

Recentemente o estúdio mergulhou em questões mais profundas das inquietações adultas com seus últimos lançamentos, que nem se parecem com produções feitas só para crianças. Falam da morte, depressões e perdas de uma maneira não medrosa. É uma das grandes sacadas da companhia para introduzir o tema no universo infantil e proporcionar uma mudança no inconsciente coletivo ao trazer essa normalização desde a infância. A expectativa é que um dia essa juventude se torne adultos menos complexados com esses assuntos da alma.

No filme Soul, lançado em janeiro de 2021 na plataforma Disney+, o estúdio faz uma imersão espiritual profunda. Aborda questões metafísicas trazendo conceitos sobre morte, alma, vida após a morte e etc.

No longa, Joe Gardner, o primeiro protagonista negro da Pixar, morre logo antes do show que definiria sua carreira de músico. Ao se ver indo em direção ao “além vida”, ele tenta fugir para voltar à Terra. Assim acaba caindo no “pré vida”, um lugar onde as almas estão sendo preparadas e moldando sua personalidade para então acharem seu propósito de vida e ganharem seu passe para a Terra.

Análise

Vamos analisar então algumas dessas informações conceituais que são passadas nos primeiros vinte minutos de filme: 

Depois que morremos, nossa alma é atraída para um lugar cheio de luz que é chamado de “além vida”, o lugar onde as almas se tornam parte dessa Luz. Joe tem a sensação de que, ao se tornar a Luz, ele irá “morrer”, como se a existência dele fosse sumir. Essa sensação e pensamento é algo que realmente “assombra” muitas pessoas, desencarnadas ou não. O que e quem seremos quando morrermos? Seremos mais do que somos hoje ou seremos “dissolvidos” em um coletivo? Infelizmente essa resposta não é trabalhada no filme.

Ao fugir da Luz, Joe “cai” e vai passando por diversas faixas de frequências e sintonias, que podemos também chamar de dimensões. Sabemos que essas dimensões e frequências realmente existem e podemos “viajar” por elas quando elevamos nossa sintonia e movimentamos nossa consciência pelo universo. Portanto podemos fazer isso através de meditações ou até, como mostrado no filme, quando praticamos alguma coisa que nos dê prazer.

Joe se encontra depois na dimensão do “pré vida” onde conhece Zé, que se autodenomina a “combinação de todos os campos quantizados do universo”. Zé também diz que se apresenta de uma forma que os humanos consigam vê-la. Mas ao longo do filme vemos também que Zé é mais que apenas um ser, que Zé são vários e ao mesmo tempo um, que controla, organiza e sustenta o universo. Alguma semelhança com o conhecimento que temos sobre Deus? 

No filme Soul também é explicado que a nossa “personalidade” e nossos “dons” já nascem com a gente. São informações que estão presentes na nossa alma e, portanto, não são coisas que desenvolvemos em vida. Conquistamos essas virtudes ao longo do tempo para podermos desfrutar a vida na Terra.

Como é tratado em Soul, o nosso passe para a vida, ou melhor, a nossa “missão” é o que nos inspira e nos motiva. E nossa missão pode ser tudo! Tanto é que o salão onde são apresentadas as missões se chama “Salão de Todas as Coisas”. Então, não acredite que sua missão tem ligação com o seu trabalho ou com voluntariado, sua missão é o que te faz sentir vivo, o que te conecta com sua essência, o que te dá brilho nos olhos.

Reflexões

E sim, tudo isso em só vinte minutos! Apesar de trazer todo o conteúdo de forma leve e sutil, o filme trata de assuntos mais contundentes da nossa criação, do nosso viver. É uma questão que nós adultos ficamos o tempo todo pensando e buscando respostas.

Enquanto crescemos precisamos desenvolver esses pensamentos, entendimentos e reflexões sobre a vida e, além de ouvir os ensinamentos dos nossos pais, avôs e mentores, precisamos ter experiências que realmente nos marquem e mude nosso entendimento da vida, nos conduzindo para algo mais significativo do que apenas nascer-crescer-morrer.

A Pixar, ao trazer questões fundamentais sobre a existência humana, colocando o dedo nas nossas feridas, auxilia os pais nessa difícil missão que é oferecer esse “manual das realidades” – felizes e infelizes – da vida. 

Mergulhar no entendimento da morte é um caminho para o desenvolvimento de apreciar a própria companhia, e a Pixar encontrou uma linguagem madura e delicada para tratar desses assuntos.

Em Soul, interligada à ideia da morte, uma segunda reflexão que é posta para nós é “do que vale estar vivo?”. Num primeiro momento o protagonista acredita que seu propósito em vida é ser músico, e o desenrolar da história aponta para as experiências humanas, consideradas corriqueiras, que são realmente a verdadeira explicação para estarmos vivos. 

Já que, segundo o conceito do filme, quando somos almas, não temos paladar, olfato ou tato, e por isso, a mensagem que fica é que devemos apreciar enquanto encarnados tudo o que podermos saborear, cheirar e sentir. Desfrute dessas pequenas sensações, essa é a razão de estarmos aqui na Terra. Sentir! Portanto não se prive das sensações e das emoções, isso é viver. O desfrutar de uma brisa suave, das gotas de chuva, do prazer de estarmos juntos, dos sabores da vida.

“Vale a pena morrer por esse negócio de viver?”, se pergunta a alma 22 no filme. Se Joe, que teve uma vida considerada banal pela personagem, quer tanto voltar à Terra, deve mesmo valer.

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